Um artista israelense decidiu acabar com o Templo de Salomão, inaugurado neste ano pela Igreja Universal do Reino de Deus na capital paulista. A animação que coloca a maior obra de Edir Macedo no chão foi idealizada por Yael Bartana como uma maneira de criticar a fusão cultural provocada pela religião, que tem adotado cada vez mais símbolos do judaísmo em cultos cristãos.
A ideia surgiu em 2012, quando o artista foi convidado para passar uma temporada em São Paulo e ficou conhecendo a construção do templo da IURD. Intrigado com a construção de um terceiro Templo de Salomão, ele resolveu reproduzir a história dos outros dois templos já construídos, em Jerusalém.
De acordo com a Bíblia Hebraica, o Templo de Salomão foi construído em Jerusalém, no século X A.C por Salomão, filho de Davi. Sua destruição violenta nas mãos dos invasores babilônios no século VI A.C marcou o início da primeira diáspora do povo judeu. Já o segundo templo foi construído 70 anos mais tarde no mesmo local, e, posteriormente, destruído pelos romanos. A única evidência do prédio é o Muro das Lamentações, considerado sagrado para os Judeus.
Seguindo a história, por meio de computação gráfica, o artista implodiu o templo na cidade paulista e recriou o surgimento de um muro das lamentações brasileiro. A obra “Inferno” é um curta de 22 minutos que será exibido na 31ª Bienal de Artes de São Paulo, que acontece entre os dias 6 de setembro a 7 de dezembro. Veja a demolição do templo da Igreja Universal na visão do artista: