PMs de SP são investigados por gravar vídeo de baleados agonizando, veja

Comandante da PM diz que 12 policiais foram ouvidos pela Corregedoria.
Imagens mostram três suspeitos feridos após confronto na Zona Leste.

Reprodução de imagem do vídeo que circulou nas redes sociais (Foto: Reprodução/Facebook)

A Corregedoria da Polícia Militar (PM) de São Paulo investiga policiais suspeitos de gravar um vídeo no qual feridos em uma suposta troca de tiros aparecem agonizando. As imagens foram divulgadas na página do Facebook "Polícia do Estado de São Paulo", que não é a oficial da corporação. A filmagem foi retirada do ar, mas nesta quarta-feira (16) fotos da operação ainda eram divulgadas no perfil.
O vídeo que circula na rede social mostra três vítimas no chão após um tiroteio ocorrido na sequência de um assalto no bairro Itaim Paulista, Zona Leste da capital, no dia 8. Um dos baleados teria morrido no confronto.
"Vai ficar famoso, ladrão, morrendo aqui", afirma um homem que está próximo dos baleados enquanto ele agoniza. "Vai demorar aí para morrer?", pergunta outro homem. No início da gravação, é possível ver um calçado que se assemelha a um coturno e uma calça cinza, que poderia ser do uniforme de um integrante da corporação.
Segundo o comandante-geral da PM, coronel Benedito Roberto Meira, 12 policiais foram ouvidos pela Corregedoria na manhã desta quarta-feira. Os policiais pertencem ao 29° e ao 48° Batalhão da Polícia Militar.
Meira disse que o IP (protocolo de internet) usado pelo responsável por postar o vídeo na rede já está sendo investigado. De acordo com o comandante-geral, policiais envolvidos no caso podem sofrer sanções administrativas e até ser expulsos da corporação. Meira afirmou, ainda, ter orientado novamente seus subordinados sobre a proibição de captura de fotos ou vídeos em ocorrências.
"O objetivo neste momento é tentar identificar quem foi o policial, se é que foi um policial que fez aquelas imagens, que são imagens que nós abominamos, com as quais não concordamos e repudiamos. Isso não se faz para ninguém, para qualquer pessoa, em nenhuma hipótese", destacou o comandante-geral.
"Se não for descoberto [o autor], vamos pedir quebra do sigilo telefônico de todos os policiais. Temos condições de identificar quem fez o vídeo e as postagens no Facebook, por meio dos IPs", completou Meira.
"O que não se pode fazer é aquilo que foi postado: são imagens de uma pessoa morrendo, agonizando, com sangue saindo, [e outras] filmando e fazendo sátira ou gozações com a pessoa. Isso é inadmissível", reforçou o comandante-geral da PM.
Página investigada
O perfil, o conteúdo e os administradores da página "Polícia do Estado de São Paulo" já são investigados pela Polícia Militar. Nesse perfil, são comuns elogios às ações violentas da PM e críticas à defesa dos direitos humanos.  
 
A corporação informou que policiais, como qualquer cidadão, podem postar o que quiserem nas redes sociais, mas podem ser responsabilizados "nos campos civil, criminal e administrativo em caso de postagens que ofendam pessoas e instituições, que sejam contrárias à lei ou atentatórias à dignidade humana".

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) do estado reiterou que a Polícia Militar não compactua com o desvio de conduta de seus integrantes.

Fonte: G1



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